Os furúnculos que atormentam os suicidas
O sol que incendeia o juízo
A torpeza que paralisa os débeis
A insanidade que reluz os delírios dos gênios
O som do ventilador na madrugada
A delicadeza das flores selvagens
E a esperança que esse esquimó pousado sobre meu ombro esquerdo
Revelará a qualquer instante o sentido exato de sua presença
Tudo aqui é antigo
O amor o amor o amor e as trevas de onde brota todo amor
A suavidade a suavidade a suavidade e o engano onde arde tudo que é suave
E essa estrela vermelha carregada por um condor machucado
À espreita de um passo em falso
Ou de um súbito instante de iluminação
Tudo aqui é antigo
Essa memória primitiva que nos protege de nós mesmos
E a permanente saudade de tudo que não chegamos a viver...
nuno g.
Ioróró, 18/12/24
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