sábado, 14 de agosto de 2021

constelação das águas turvas, por Demetrios Galvão

na lascividade do território-carne
nos absorvemos no desejo inebriado

– trânsito nas costas-alamedas dentro da flecha de Eros –

nos perdemos no cinema, na angústia dos outros
acordamos enjoados, tontos
ou não dormimos
pensamos em quem descansa dentro da ventania
olhando o sol dissipar as águas turvas da madrugada

do outro lado da cidade antiga
nossos delírios se acomodam
entre o ronronado dos gatos e canto dos galos

por vezes nos encontramos em tempos furtivos
na varanda fugaz dos nossos peitos

– meteoros volúveis se cruzam no
parque de diversões de nossas bocas.

Demetrios Galvão (Teresina/PI), poeta, coeditor na revista Acrobata e professor.

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