Ela tocou a lama e seguiu os caranguejinhos com os olhos.
Num rincão distante.
Crianças como Assucena são atacadas como se fossem soldados.
Exatamente como no Yucatán, em Cajamarca e Tenochtitlán.
Exatamente como no século XVI.
Ensinei as sementes de mangue se enraizando à Assucena.
E rezei por suas raízes.
E rezei a reza frágil de quem tem raízes frágeis.
E rezei à reza forte de quem tem raízes fortes.
E rezei às crianças que desde o século XVI se enfrentam às armas.
E rezei para que Assucena me ensinasse a rezar.
E rezei as rezas que Alice me ensinou a rezar.
Comi com as mãos o alimento que os pássaros semearam.
Ensinei à Assucena o vento e a lua que vivem na praia.
Ventos e luas distintos dos ventos e das luas que varrem e iluminam as cidades.
A maré encheu, o mangue foi submergindo e nos recolhemos ao silêncio da noite.
nuno g.
toróró, 11/11/24.
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