Recomeça....
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos
que deres,
Nesse caminho
duro
Do futuro
Dá-os em
liberdade.
Enquanto não
alcances
Não descanses.
De nenhum
fruto queiras só metade.
E, nunca
saciado,
Vai colhendo
ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a
sonhar e vendo
O logro da
aventura.
És homem, não
te esqueças!
Só é tua a
loucura
Onde, com
lucidez, te reconheças...
Miguel Torga
Saudações pindaibísticas!
Comparsas, a esfera voltou a girar!
Em 2021 a revista Pindaíba completa 18
anos. Quatro edições publicadas e uma quinta prestes a ir ao prelo.
Há cinco anos lançamos a quarta edição
e concluímos que já bastava. A Pindaíba deveria morrer pois fazia parte de um
tempo que deixou de ser. Observamos as mudanças profundas que estavam
acontecendo no mundo e também ao nosso redor, no nosso reduzido universo das
relações próximas e pessoais... O velho Benfica dos anos 90 e começo dos anos
2000 (quando começamos) com seus bares de esquina e butiquins; o Brasil da era
Lula e PT; a América Latina com seus governos nacionalistas e populares não
mais existiam. Tudo se desfazia no ar e um novo mundo, com perspectivas
sombrias, se manisfestava. Portanto, entendíamos que a quinta edição seria a
derradeira. Se ainda teimássemos em fazer revista deveria ser uma outra, com
novas características, que refletisse os “novos tempos”...
Embalados pela ideia da Morte da
Pindaíba, logo organizamos a nova e última edição. Nos reunimos na Praça João
Gentil, decidimos sobre o caráter da coletânea de contos e poemas, deliberamos
sobre as matérias, recebemos os textos, criamos o projeto gráfico e fizemos a
diagramação. A ideia era lançar ainda no ano de 2017. No entanto, como não
poderia deixar de ser, a vida surpeendeu: nesse ano perdemos um comparsa muito
querido, pindaibeiro mor, pelo seu modo de ser e encarar a existência; Carlos
Jorge encarnava, como ninguém, o espírito contestador da Pindaíba. Para além,
CJ representava esse velho Benfica onde
costumávamos nos perder noites afora, esse Benfica que havia passado. Ao meu
ver, CJ é o símbolo maior, pelo menos
para nós pindaibeiros, dessa era de sonhos etílicos, de brisa e madrugadas
marginais.
A partida inesperada de nosso amigo
causou um refluxo. Os encontros na praça pararam de acontecer, a produção da
quinta edição passou a operar em modo “banho-maria”, a esfera parou de girar...
Essa paralisia perdurou até o fim de 2019, quando ventos de entusiasmo
voltoaram a embaralhar nossas cabeleiras. Reavaliamos a ideia de matar a
revista e a desconsideramos totalmente. PINDAÍBA VIVE! passou a ser nosso lema,
o oposto. Avaliávamos agora que a morte já havia levado seu tributo; já
tínhamos perdido o CJ. A Pindaíba não cederia mais nada à senhora contratante
de Caronte, pelo menos não agora. Essa retomada merecia uma celebração.
Organizamos uma confraternização de fim de ano na saudosa casa do Manoel, no
Benfica, com a convicção de que no primeiro semestre de 2020 a revistinha seria
lançada. Ledo engano. Mais uma vez a vida veio e nos deu uma rasteira.
Iniciava-se naquele ano a Pandemia do Corona Vírus, acentuada aqui no país
pela nefasta polítca do flagelo Bozonazi
e as serpentes golpistas. Tivemos que estacionar a esfera mais uma vez. Algo
muito mais urgente requeria nossa atenção.
Pois bem, após esse histórico, me
permitam afirmar que uma nova oportunidade se apresenta. O povo tá ocupando as ruas novamente, dessa
vez para protestar. Na verdade a maioria dos brasileiros nunca pôde deixar as
ruas. O isolamento social, segundo estatísticas, só alcançou 27% da população. A massa de trabalhadores
continuou obrigada a dividir ônibus e metrôs lotados, assim como as linhas de
montagem das grandes indústrias e comércios. Devemos aproveitar essa onda de
protestos para se juntar às manifestações e também, com a vontade renovada,
trazer a Pindaíba à luz.
A revista está pronta, terá 140
páginas. Além da coletânea COLÍRIOS E DELÍRIOS de poemas e contos, reunindo 34
autores, essa edição traz: 4HQs; entrevista com o grupo cearense de teatro
Pícaros; entrevista com Jonnata Doll;
matéria sobre o poeta cratense Geraldo Urano; matéria sobre a cena marginal da
literautura de Natal/RN; matéria sobre a literatura independente de Teresina/PI
e a tradicional seção TÔ PUTO! (os “tô puto” serão acrescidos após uma campanha
de divulgação).
Muito é preciso fazer. Vamos começar a
etapa de divulgação e campanha financeira. É necessário o engajamento de todos,
pois só é possível a publicação com o empenho coletivo dos pindaibeiros.
Vamos novamente nos reunir na Praça João Gentil no sábado 17/06. Todos
com máscaras e mantendo o distanciamento
proporcionado pelo espaço livre da praça. Na ocasião apresentaremos o boneco
impresso para que os autores possam verificar a revisão; informaremos os
valores da gráfica; discutiremos as atividades de divulgação e de venda e a
participação da revista nas manifestações. Quando mais próximo, informaremos
horário e a pauta de discussão mais específica. Os pindaibeiros que não puderem
comparecer ou que ainda não se sentem seguros em participar de atividades desse
porte, podem requerer encontros pessoais
na semana seguinte para esclarecimentos e ficar a par dos informes e
encaminhamentos.
Sem mais no momento,
Abraços e Vida Longa à Revista
Pindaíba!!!
André Dias
Fortaleza/CE.
29 de junho de 2021
Vida longa a Pindaíba! Viva, viva! Nuninho, o encontro dos Pindaibeiros será dia 17 de julho , não? André colou junho... a João gentil é nossa afetuosa Gentilândia?
ResponderExcluirOi, Raquel, como estás? Sim, dia 17 de JULHO. João Gentil a praça da banca de revistas do Agripino.
ExcluirTodo(a)s à Plaza dos Gentis!
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