Minha alma correu grandes perigos ontem à noite.
O cavaleiro Azul me estendeu a mão e me salvou.
Voltei onde nunca tinha estado.
E vi coisas que não deveria ter visto.
E, por isso, jamais as poderia esquecer.
Minha alma atravessou grandes perigos ontem à noite.
O cavaleiro Azul me ergueu do chão e fez brotar raízes dos
meus pés.
Voltei. Agradeci. Não esqueço.
Abri as asas e regressei para onde sempre estive.
O cavaleiro Azul sorriu.
E minha alma girou sobre o chão do terreiro.
Vulcões, terremotos, tempestades.
Minha alma pediu socorro e o cavaleiro Azul veio.
Com sua lança prateada e sua legião de crianças e cavalos.
As coisas que vi não sei narrar.
As palavras me escorrem como o sangue do galo sacrificado.
Vulcões, terremotos, tempestades.
E o cavaleiro Azul desencantado.
Minha alma caminhou até a fonte de águas doces.
Saciou sua sede e seguiu sua fiel jornada.
nuno g.
Toróró, 18 de julho de 2021
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