Os suicidas desacreditaram de Pasárgada.
Ou tentaram alcançá-la antes da hora.
Desistiram do mundo que lhes tocava.
Ou ousaram desafiá-lo sem mais.
No gesto extremo.
Reunidas como as duas corujas de Magritte.
A ousadia e a covardia em estado bruto.
O egoísmo e o amor à humanidade em estado pleno.
Vi seu corpo esbagaçado na calçada.
O efeito do impacto era tão duro.
Que sua boca já não alcançava pronunciar palavra.
Apenas balbucios gemidos e outros sons de dor.
Você estava no vale de lágrimas.
Tão mergulhada em sua própria agonia.
Que sequer chegava a reconhecer minha presença no canto da
sala.
Eu me mantinha alheio.
E meu alheamento me mantinha vivo.
Uma hora fui convidado a te abraçar.
Te abracei.
Você prefere ter razão
ou ter felicidade?
Razão, respondi
sem hesitar.
Estava concluída a sessão.
nuno g.
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