para tio Edson, Bruno e todos os teólogos da libertação,
Os nazi-sionistas bombardeiam Belém.
O mundo celebra o nascimento do Palestino.
Aqui não faltou nada.
As crianças, os sorrisos, as comidas, o presépio e a Árvore do Mundo iluminada.
Os gatos também cearam.
Os cães também.
Os pássaros cantaram.
Houve brinquedos, abraços, carinho e alegria.
Enquanto os nazi-sionistas bombardeavam Belém.
Enquanto os poetas de Gaza recitavam seus poemas de amor, firmeza e vida.
Enquanto os miseráveis da terra cumpriam sua condenação.
Aqui a lua quase-cheia brilhou no céu.
E nas dobras do seu brilho os gritos dos condenados da terra.
E nas dobras dos seus gritos o estrondo das bombas sobre Belém.
O Palestino segue sendo o mártir dos mártires.
Em seu sangue a promessa da redenção.
Aqui os estrondos foram os dos fogos pirotécnicos.
Em Gaza as bombas sobre hospitais, escolas, crianças e Marias.
Aqui comemos em abundância.
Sem esquecer a fome dos mutilados da Cisjordânia.
Os nazi-sionistas passarão.
A memória do Palestino não.
Os nazi-sionistas passarão.
Os poemas de Dom Pedro Casaldáliga não.
Maria Assucena sorriu, brincou e cansou.
Fez tanto xixi que uma lagoa se formou debaixo da rede.
Maria Alice sorriu, brincou e não cansou.
Trouxe tanta alegria que o rio, a Árvore e os olhos do Jaguar se encantaram.
Enquanto os nazi-sionistas seguiam bombardeando Belém.
Nunca a carne do mito foi tão presente.
O mundo-ocidente se esconde, se acovarda e silencia.
Enquanto os nazi-sionistas bombardeiam as crianças de Belém.
Sim, dezembro é o mês em que todas as feridas ardem mais.
Sim, dezembro é o mês em que a Estrela que guiou os Magos da Antiguidade volta a resplandecer.
Os nazi-sionistas passarão.
A Estrela, os Magos e a memória do Palestino não.
nuno g.
Toróró, 25 de dezembro de 2023.
Pela Estrela, pelos Magos e a memória do Palestino renovemos a esperança. Gratidão prof. Nuno por sua poesia.
ResponderExcluir