Saudade eu tenho de outro tempo que eu sabia que não era feliz, mas achava que era. Achar que era feliz era a minha máxima. Era pelo menos real. A certeza de não ser feliz e permanecer achando.
Como aquele dia na praia, no sempre-verão da cidade, dias a fio arranjando como chegar no mar e de lá nunca mais sair.
Nunca mais sair é a nova regra do viver e de permanecer vivo. Permanecer por causa das pessoas de quem nem sou fã.
Fico em casa por mim mesma. Eu, a rede e esse trabalho incessante e desnecessário que me arranjaram mas que me garante o sustento.
No fim a gente vai morrer em casa, com o armário cheio de comida e com lembrança de uma saudade vaga.
Ayla Andrade
Ayla Andrade
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