segunda-feira, 3 de outubro de 2016

duas águas, uma jangada: sobre um vento chamado terral...




ou
a coruja branca, a muralha da cidade e o feiticeiro amordaçado
ou
a ilha, o náufrago, as margens de uma estranha oração
ou
meus passos, suas memórias e uma antiga devoção à escuridão
ou
pés peregrinos & joelhos sangrando de tanto chão
ou
teus lábios ressuscitando minha pele
tua fenda despertando meus olhos
teus brincos de prata derretendo sobre minhas mãos
                                                             sobre o punhado de areia & solidão
no teu sorriso a lua de minha sede
e o horizonte incerto, contrito
  em profunda meditação
uma tigela de arroz integral
e uma canção que diz
ano passado eu morri
mas esse ano eu não morro...

nuno g.

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