para Larissa, Alice & Assucena,
Assucena brinca com uma borboleta - tudo arde,
nada é em vão sob o sol,
essas mãos que pousam sobre o ventre da terra machucada
encharcadas de lama roxa e luz arcaica
são as mesmas mãos que nos guiaram quando andávamos pelas entranhas da terra.
Assucena brinca com uma borboleta - tudo arde,
onde antes olhos, agora sóis
essas estrelas que nos guiam
são as mesmas estrelas que nos guiaram à sombra da distração.
Assucena sonha com uma borboleta - tudo arde, nada é em vão.
Essas mãos convidam à ceia - o pão da terra é amargo.
Essas mãos convidam ao sono - quem teme o próprio medo não deve seguir.
Essas mãos convidam a passear por ruínas e escombros:
na cidade da imaginação tudo está sempre aceso.
Não existe vida fora do risco.
Não existe vida além da poesia.
Não existe vela que arda sem intenção.
Essa Senhora que nos deu a vida nos conceda agora e sempre memória.
Assucena sonha com todas as cores nesta tarde.
Um vento fresco corre pela casa.
Haverá sempre um porto à nossa espera.
nuno g.
Toróró, 08 de maio de 2024.
Quanta beleza e delicadeza!
ResponderExcluirUm maestro da sensibilidade!
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