ao Senhor dos Cemitérios,
aos Erês que O acompanham,
Assucena brincando na casa da árvore.
As bananeiras, o abacateiro e a mangueira.
Do outro lado da cerca, a árvore das lagartas cortada por ordem do Almirante.
A terra chora sempre que uma árvore é cortada.
Larissa sobe os degraus com alegria.
Vós que aqui entrais, abandonai todos os medos.
Os fogos amanhecem a cidade heróica.
Com suas ruínas exuberantes.
E as cicatrizes do desleixo português por todos os cantos.
Com seus mistérios e mistérios e mistérios.
Assucena brincando na casa da árvore.
Vós que aqui entrais, abandonai todos os medos.
Vaga recordação de um sonho em que Paçoca vomitava borboletas amarelas.
Presságio emoldurado à madeira.
O canto de Alice cruzando o horizonte como um gavião.
Capim-santo. Sorriso no rosto de Lari.
Take it easy my sister Lari.
A terra sorri sempre que se semeia uma árvore.
Yãkoana, Yagé e o caminho dos Sonhos Lúcidos.
Antes do despertar é necessário atravessar muitas vezes o mesmo lugar.
Antes de seguir adiante é necessário revisitar muitas vezes o mesmo chão.
Antes de abandonar todos os medos é necesário sonhar outra vez os sonhos de antes.
Do outro lado da serra, sorri aquele que não ouso pronunciar o nome.
nuno g.
Toróró, 13 de março de 2024.
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