para bia,
Uma xícara de café amargo e vaga lembrança de tia Helma.
Mucuripe à voz do cantador das cousas do porão.
Seus cabelos loiros em Olinda e suas palavras e todas as suspeitas pulsando em meu coração.
Dona Antonia regressou dos exames e alçou a bandeira branca no terreiro.
O pé de seu Antonio segue cicatrizando devagarzinho.
Cobra de olho de vidro e escamas coloridas.
Val plantando feijão. Nato brincando com Assucena.
Alice lendo poemas sobre sorvetes e decepções.
Teu pai tá doido!
Doido nasci, sou.
Quarta-feira, de hoje a oito cinzas.
Quarta-feira, ventanias ciganas e fogos da justiça.
As vésperas me comovem e me reviram por dentro.
Uma xícara de café, uma gata no cio, nuvens tangendo fevereiro.
Ignez não foi às classes.
Vi uma foto de Bia com Inaê ao colo.
Senti saudade imensa e vontade de estar junto um segundo.
Ela também está envelhecendo!
Tem só três anos a menos que eu...
Luís desce a ladeira da casa do Almirante.
Vento e fogo / fogo e vento.
A primeira oferenda a Tempo, a última também.
Bel lava as louças e seu Elias caminha em direção ao infinito.
O rio nos olha, maré baixa, ilhas expostas como esqueletos de um lagarto sem plumas.
Rinoceronte norte-coreano cruzando a estrada.
Serpente de olhos de vidro e coloridas escamas.
Vi uma foto de Inaê no colo de Bia.
Senti imensa saudade e vontade de estar junto um minuto.
Ela está envelhecendo.
Dois filhos, professora dedicada e muita vida escorrendo entre os cabelos...
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