o
carnaubal estava visivelmente abatido
tia
Neuza sonhara procurando deus
que,
como de costume, se ocultava
a
casa nunca me parecera tão real
embora
Maria ainda não estivesse chegado
na
estante, o álbum vermelho
com
o Cebolinha sacando uma foto da Mônica na capa
guardando
as fotografias de Eliana e seu filho na praia
dormimos,
tomamos café, comemos manga
a
praça vazia de domingo
o
carnaubal devastado
tia
Neuza sonhando como de costume
deus
nunca me parecera tão irreal
apesar
de minha certeza que era ele o que balançava a rede
o
telefone tocou, não era Maria
as
horas se curvavam ante a manhã
a
casa nunca me pareceu tão silenciosa
não
vi os mortos que a habitam
não
senti suas presenças
o
carnaubal estava em estado terminal
os
ácaros do progresso faziam o trabalho sujo
o
quadro de Eliana me esperava na casa ao lado
a
pressa me escapara no caminho
o
não, o cansaço e o sorriso
eram
mais do que suficientes para tornar o dia agradável
eu
também não ousaria pisar naqueles degraus onde a poeira se acumulara
se
há tanto tempo eu não soubesse que aquela madeira ainda suportaria o peso
o
relógio da sala estava quebrado
,
por um breve instante,
vislumbrei
entre seus ponteiros estacionados
a
precária imensidão de meu coração
nuno
g.
russas,
13 de dezembro.
massa, Nuno
ResponderExcluirImensa
ResponderExcluir13 de dezembro! Li hoje procurando te acessar nas profundezas de suas memórias e na saudade que carrego de ti. beijos não vejo a hora do nosso encontro!
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