O sol nasceu em Caçapava
Minhas mãos giraram lentamente a clepsidra
E o ontem despontou como horizonte
E o amanhã foi ficando para trás
Nos cobraram muitos pedágios
Até chegarmos ao cume da montanha
Até tocarmos as pétalas da estrela da montanha
Até sentarmos nas memórias que as pedras daqui guardam das pedras de lá
O sol nasceu em Lumiar
E outro Nuno, paraibano
Me estendeu as mãos lentamente
Apenas o som de pássaros e da clepsidra girando
Entre bambuzais e poços de água corrente e refrescante
E outro Nuno, pernambucano
Assumindo seu trono celestial
O buda gigantesco às margens da rodovia que cruza o Espírito Santo
Os peixinhos famintos da parada do Natureza
Os filhos de santo vestidos de branco
A ponte, o hino e o grito de guerra
Ansiedade, risos, doces árabes
Os cães, os gatos, a casinha na árvore
Xadrez, corpos encharcados de saudades
O violão encostado à parede
Benjamin, no parquinho, cobrando:
Quem é o pai de Deus?
Salve Lumiar, viva o Caminho
Saravá são José operário,
Saravá.
nuno g
19 de março.
Saravá!
ResponderExcluir