segunda-feira, 4 de outubro de 2021

O coveiro.

para Gabriela Gonçalves,


A poesia

reescreve o trauma

na órbita do corpo

 

As velas

reacendem o trauma

na órbita do túmulo

 

A cidade tenta apagar o inapagável

A família tenta esquecer o inesquecível

O vento é um caboclo

E seu hino é feito de sílabas de areia

 

A calçada

reinstala o território inabitável:

Amanhã é o único nome para descrever o passado.

 

nuno g.

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