Despertei no Jaguaribe,
na ilhota para ser preciso.
Trazia às mãos umas unhas verdes,
compridas e bem feitas.
Um boiadeiro tangia umas vacas,
à sombra da ponte as garças e um cágado.
Havia uma feira dentro da água,
muitos violeiros, muitas putas e uns cães.
Um arco-íris na direção do Quixeré,
uma escuridão pros lados das Baraúnas.
Acordei mais surdo,
o tempo cobra – nestes tempos até os juros sabem à chumbo.
Cuscuz com ovo & café com leite.
Benjamin regressou. Desentupimos as bocas do fogão.
Tudo indica que esse ano não encontrará seu término em dezembro.
Já é novembro e a chuva não cessa:
é a terra chorando as águas do futuro...
nuno g.
A questão é saber se essas águas serão doces ou serão amargas!
ResponderExcluirUauuuu! Quando vais ver de perto essas águas ainda esse ano?
ResponderExcluiráguas telúricas e transcendentais. Escrita como navalha afiada. Esperamos que esse ano "tenha fim". Abraço, amigo poeta.
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