às vezes o silêncio grita
e tem sempre muito amor no silêncio
Tempo / velho amigo - te agradeço por cada passo
em direção à dissolução de todos os temores não-imaginários
às vezes o geólogo treme ante as camadas de terra entranhadas em seu corpo
e tem sempre muito amor em toda terra
às vezes a memória arde
e tem sempre muito amor no arder da memória
Tempo / velho amigo - te agradeço por cada passo
em direção à dissolução de todos os afetos não-imaginários
tem sempre muito amor em tudo que é amargo
ante às águas e o brilho
tocam meus joelhos os subterrâneos de mil faces
e reflete em suas lâminas os labirintos estreitos de onde venho
as montanhas de cansaço cansaço e mais cansaço
e sim, tem sempre muito amor no cansaço
tem sempre muito amor na distância
tudo que é vago atrai quem já não mais tem outro medo além dos imaginários
nuno g.
Toróró, 20 de abril de 2024.
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