a opulência açucarada
do trópico
e a herança cordial-reacionária
de cada dia.
impossível não falar
das capitanias
e dos rosários,
da inocência natural
corrompida,
do suor negro
e seu sal
distante.
o reluzir mineral e as
bandeiras genocidas.
as entranhas abertas
com o sonho-muscular
de cada braçada
aventureira,
contaminando a seiva
vital.
a língua estrangeira
penetrando o sotaque
da floresta
um desejo sem gentileza
se alastrando
pelos veios molhados,
nomeando o silêncio
adormecido.
ficou o veneno
dos sobrenomes
e as marcas
de uma estranha
herança.
Demetrios Galvão, maio, 2017
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