sobrevoei a noite da
cidade
chuva de gols
pracinhas
oxigênio
& as avenidas
insondáveis
sobrevoei o tempo dessa
fera
minhas pegadas em sua
atmosfera parda
chuva de água
assanhando o mormaço
da solidão asfáltica
sobrevoei suas mãos
seu silêncio
seu não servido
frio
com carinho
e arroz branco:
distante e precioso afago
tão difícil de engolir
quanto atum em lata
requentado no prato
nuno g.
fortaleza de nossa senhora da assumpção, 20 de janeiro de 2018.
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