tentação fulminante rasteja
um cheiro familiar
becos e avenidas se encontrando
na calada da noite usurpa
as últimas horas do grito
dois gatos pretos que
reviram o lixo acalmando
a fome do ano todo
São Paulo vestida de preto:
bairros longínquos onde o
amor é o porteiro que abre
a porta com seu sorriso de
curinga prestes a dar o golpe
São Paulo vestida de preto:
minha terceira guerra mundial
transbordando bairros
do centro
São Paulo vestida de preto:
Santa Cecilia acendendo a
pólvora do craque
São Paulo vestida de preto:
ônibus acelerado na Faria
Lima arromba meus tímpanos
São Paulo vestida de preto:
onde o diabo carrega seu
enorme instrumento musical
e onde danço sua música em
tom de partida…
Barbara Uila
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